Zandvoort é por si só uma das estâncias balneares mais populares da Holanda, em parte devido à sua proximidade com Amesterdão. Existem numerosos hotéis de praia para os mais variados gostos. O terreno consiste basicamente em dunas de areia, com poucas árvores. Esta característica faz com que se trate de uma das melhores instalações para visualização da Fórmula 1. Estando num país de dunas, Zandvoort estava ligeiramente ondulada e sofreu diversas alterações de nível, em especial a famosa curva Scheivlak, que passou para baixo e para a direita. As curvas tinham diversos abaulamentos e ângulos. O gancho Tarzan, no final da reta das boxes, era uma das curvas mais famosas nas corridas. Até a Formula 1 se ter tornado adepta das chicanes e ter instalado uma em Zandvoort, havia uma reta traseira bastante rápida. Quando o vento soprava, a areia era um perigo adicional.
O circuito de Zandvoort foi inaugurado em 1948 e foi o anfitrião de eventos extra campeonato até 1952, quando recebeu o Grande Prémio da Holanda. Nos primeiros dez anos, a calendarização de Grandes Prémios era esporádica. De 1970 a 1985, praticamente todos os anos um Grande Prémio teria lugar em Zandvoort.
As corridas em Zandvoort testemunharam batalhas memoráveis. Os pilotos e construtores britânicos dominaram em larga escala os anos 60. Na corrida de 1970, o carro de Piers Courage, um herdeiro da gigante destilaria britânica Courage, teve um acidente, capotou e incendiou-se. Courage não sobreviveria. O largamente menosprezado e muitas vezes esquecido Jackie Ickx trouxe a Ferrari de volta às vitórias em 1971 após um duelo à chuva verdadeiramente magnífico com Pedro Rodriguez. Jackie Stewart era então o responsável pela Grand Prix Drivers Association (GPDA). Entre outras considerações acerca da segurança, este grupo bateu-se pelos melhoramentos nos circuitos. Após ter falhado em 1972 devido à pista ter sido considerada insegura, as corridas voltariam a Zandvoort em 1973 depois de ter sido gasto 1 milhão de dólares em remodelações. Roger Williamson teve a infelicidade de testar uma das novas barreiras Armco. Esta abateu parcialmente e actuou como uma rampa de lançamento, projectando o carro de Williamson para o ar. Aterrou na pista, virado e em chamas. Num cenário sinistramente semelhante ao de 1955 em Indianápolis, David Purley, amigo intimo de Williamson, parou o seu carro e em vão tentou retirar de dentro do carro em chamas o seu amigo Williamson, enquanto os comissários de pista olhavam, sem oferecer assistência. Quando o carro dos bombeiros finalmente chegou, era tarde demais.
Em 1974 a Ferrari regressa à glória com Niki Lauda liderando a dobradinha juntamente com Clay Regazzoni. Em 1975, James Hunt e a equipa Hesketh venciam a sua primeira corrida após uma inteligente manobra de antecipação de mudança de pneus de chuva para seco sendo depois capaz de conter o Ferrari mais potente de Niki Lauda nas últimas voltas.
O australiano Alan Jones acabaria por vencer em 1979, completando um 'hat-trick' que tinha começado em Hockenheim e continuado em Osterreicchring.
A Ferrari regressaria às vitórias em 1982 com Didier Pironi a bater Nelson Piquet, menos de dois meses após a trágica morte do seu companheiro Villeneuve em Zolder, na Bélgica, e um mês depois de ele próprio ter sofrido lesões gravíssimas em Hockenheim.
Rene Arnoux e Patrick Tambay levaram a Ferrari a mais uma dobradinha em 1983. Tal feito foi duplicado por Alain Prost e Niki Lauda em 1984, com os McLaren-Porsche.
Para a final de Zandvoort um ano depois, Prost e Lauda revertiam as posições, com Lauda a ganhar de forma soberba a corrida. Assim como aconteceria com a pista de Zandvoort, seria também o último ano de Lauda como piloto.
O respeitado escritor britânico Nigel Roebuck, apelidou Zandvoort de "o melhor circuito de corridas que a F1 jamais conheceu". Apesar deste atributo, Zandvoort desaparecia do calendário de Formula 1 em 1986 e nunca mais voltou. Estava em falta nas coisas que realmente importavam, como suites e instalações adequadas à elite corporativa. Não interessava que praticamente toda a gente considerava o circuito um excelente circuito de corridas. Talvez haja alguma esperança, contudo, que Zandvoort seja restabelecida em vez da F1 passar por outro processo pouco claro. O circuito sofreu alterações e melhoramentos de grande monta, igualando os padrões de modernidade actuais.
(Adaptado de "Formula 1 History", de Jerry Dorich; www.circuit-zandvoort.nl)